Arquitetura do Java EE

Tempo de leitura: 3 min

Escrito por Michel Adriano Medeiros
em 28/08/2025

Arquitetura do Java EE

Agora que já entendemos o que é o Java EE e por que vale a pena estudá-lo, é importante analisar a sua arquitetura. Afinal, esse é um dos pontos centrais para compreender a plataforma, uma vez que ela foi projetada para simplificar o desenvolvimento de aplicações empresariais, distribuídas e escaláveis.


🔑 Os pilares da arquitetura Java EE

A arquitetura do Java EE é baseada em camadas e containers. Em vez de o desenvolvedor lidar diretamente com detalhes complexos de infraestrutura — como segurança, gerenciamento de transações e concorrência — a plataforma fornece abstrações padronizadas. Dessa forma, é possível focar mais na lógica de negócio e menos na infraestrutura.

Os pilares são:

  1. Clientes (Camada de Apresentação)
    Antes de tudo, estão os clientes, que são os dispositivos ou aplicações que consomem os serviços da aplicação Java EE.
    • Eles podem ser navegadores (via páginas web), aplicações desktop, apps móveis ou, ainda, outros sistemas que acessam APIs REST/SOAP.
  2. Camada Web (Web Container)
    Em seguida, surge o Web Container, responsável por processar requisições HTTP.
    • Ele hospeda Servlets, JSPs e JSFs, que formam a base da camada de apresentação.
    • Além disso, atua como a ponte entre o cliente e a lógica de negócios.
  3. Camada de Negócio (EJB Container)
    Logo depois, encontramos a camada de negócio, onde ficam os Enterprise JavaBeans (EJBs).
    • Nela estão concentradas as regras de negócio, o gerenciamento de transações, a escalabilidade e a segurança.
    • Portanto, o desenvolvedor pode se concentrar na lógica, enquanto o container cuida dos detalhes técnicos.
  4. Camada de Integração (JPA, JMS, Web Services)
    Paralelamente, a integração garante que a aplicação se comunique com bancos de dados, sistemas de mensageria e outros serviços.
    • Nesse ponto, entram em cena tecnologias como JPA (persistência de dados), JMS (mensageria assíncrona) e JAX-RS/JAX-WS (web services REST e SOAP).
  5. Camada de Recursos (Banco de Dados, Mensageria, Serviços Externos)
    Finalmente, temos a camada de recursos externos.
    • Aqui ficam bancos de dados relacionais, filas de mensagens, APIs de terceiros e sistemas legados.
    • Como consequência, a aplicação consegue acessar diferentes serviços de forma padronizada, sem exigir reescrita de código ao trocar de fornecedor.

🗂️ Containers do Java EE

Um dos diferenciais mais marcantes do Java EE é o uso de containers, que funcionam como ambientes controlados dentro do servidor de aplicação.

Os três tipos principais são:

  • Web Container → hospeda Servlets, JSPs e JSFs.
  • EJB Container → hospeda EJBs e gerencia a lógica de negócio.
  • Application Client Container → fornece suporte a clientes Java standalone.

👉 Exemplo prático: ao criar um EJB com a anotação @Stateless, o container automaticamente gerencia pooling, concorrência e transações. Desse modo, o desenvolvedor não precisa programar manualmente esses recursos.


🔄 Fluxo de uma aplicação Java EE

O funcionamento de uma aplicação Java EE pode ser descrito em etapas encadeadas:

  1. Primeiramente, o cliente faz uma requisição (ex.: acessando http://meusistema.com/login).
  2. Em seguida, a requisição chega ao Web Container, que direciona para um Servlet ou página JSF.
  3. Posteriormente, o Servlet aciona a lógica de negócio no EJB Container.
  4. Se necessário, o EJB acessa o banco via JPA ou envia mensagens assíncronas via JMS.
  5. Finalmente, o resultado é retornado ao cliente (em HTML, JSON, XML etc.).

Assim, cada camada assume uma responsabilidade específica. Como consequência, a aplicação se torna modular, escalável e de fácil manutenção.


🛠️ Exemplos de servidores de aplicação

Para rodar uma aplicação Java EE, é necessário um servidor compatível. Entre os mais conhecidos, destacam-se:

  • GlassFish → referência oficial por muito tempo.
  • WildFly / JBoss EAP → bastante utilizado em empresas.
  • Apache TomEE → versão do Tomcat com suporte ao Java EE.
  • Payara Server → derivado do GlassFish e mantido pela comunidade.

Cada servidor implementa as especificações Java EE. Contudo, muitos oferecem também ferramentas adicionais de gerenciamento e performance, o que amplia suas possibilidades.


🚀 Resumindo a arquitetura

  • Primeiramente, os clientes acessam a aplicação via navegadores, apps ou APIs.
  • Em seguida, o Web Container processa as requisições.
  • Logo depois, o EJB Container executa regras de negócio.
  • Paralelamente, JPA, JMS e Web Services integram sistemas e bancos de dados.
  • Finalmente, os recursos externos armazenam e trocam informações.

Portanto, essa separação de responsabilidades é o que confere ao Java EE a robustez necessária para suportar sistemas complexos de grande escala.

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