
Agora que já entendemos o que é o Java EE e por que vale a pena estudá-lo, é importante analisar a sua arquitetura. Afinal, esse é um dos pontos centrais para compreender a plataforma, uma vez que ela foi projetada para simplificar o desenvolvimento de aplicações empresariais, distribuídas e escaláveis.
🔑 Os pilares da arquitetura Java EE
A arquitetura do Java EE é baseada em camadas e containers. Em vez de o desenvolvedor lidar diretamente com detalhes complexos de infraestrutura — como segurança, gerenciamento de transações e concorrência — a plataforma fornece abstrações padronizadas. Dessa forma, é possível focar mais na lógica de negócio e menos na infraestrutura.
Os pilares são:
- Clientes (Camada de Apresentação)
Antes de tudo, estão os clientes, que são os dispositivos ou aplicações que consomem os serviços da aplicação Java EE.- Eles podem ser navegadores (via páginas web), aplicações desktop, apps móveis ou, ainda, outros sistemas que acessam APIs REST/SOAP.
- Camada Web (Web Container)
Em seguida, surge o Web Container, responsável por processar requisições HTTP.- Ele hospeda Servlets, JSPs e JSFs, que formam a base da camada de apresentação.
- Além disso, atua como a ponte entre o cliente e a lógica de negócios.
- Camada de Negócio (EJB Container)
Logo depois, encontramos a camada de negócio, onde ficam os Enterprise JavaBeans (EJBs).- Nela estão concentradas as regras de negócio, o gerenciamento de transações, a escalabilidade e a segurança.
- Portanto, o desenvolvedor pode se concentrar na lógica, enquanto o container cuida dos detalhes técnicos.
- Camada de Integração (JPA, JMS, Web Services)
Paralelamente, a integração garante que a aplicação se comunique com bancos de dados, sistemas de mensageria e outros serviços.- Nesse ponto, entram em cena tecnologias como JPA (persistência de dados), JMS (mensageria assíncrona) e JAX-RS/JAX-WS (web services REST e SOAP).
- Camada de Recursos (Banco de Dados, Mensageria, Serviços Externos)
Finalmente, temos a camada de recursos externos.- Aqui ficam bancos de dados relacionais, filas de mensagens, APIs de terceiros e sistemas legados.
- Como consequência, a aplicação consegue acessar diferentes serviços de forma padronizada, sem exigir reescrita de código ao trocar de fornecedor.
🗂️ Containers do Java EE
Um dos diferenciais mais marcantes do Java EE é o uso de containers, que funcionam como ambientes controlados dentro do servidor de aplicação.
Os três tipos principais são:
- Web Container → hospeda Servlets, JSPs e JSFs.
- EJB Container → hospeda EJBs e gerencia a lógica de negócio.
- Application Client Container → fornece suporte a clientes Java standalone.
👉 Exemplo prático: ao criar um EJB com a anotação @Stateless
, o container automaticamente gerencia pooling, concorrência e transações. Desse modo, o desenvolvedor não precisa programar manualmente esses recursos.
🔄 Fluxo de uma aplicação Java EE
O funcionamento de uma aplicação Java EE pode ser descrito em etapas encadeadas:
- Primeiramente, o cliente faz uma requisição (ex.: acessando
http://meusistema.com/login
). - Em seguida, a requisição chega ao Web Container, que direciona para um Servlet ou página JSF.
- Posteriormente, o Servlet aciona a lógica de negócio no EJB Container.
- Se necessário, o EJB acessa o banco via JPA ou envia mensagens assíncronas via JMS.
- Finalmente, o resultado é retornado ao cliente (em HTML, JSON, XML etc.).
Assim, cada camada assume uma responsabilidade específica. Como consequência, a aplicação se torna modular, escalável e de fácil manutenção.
🛠️ Exemplos de servidores de aplicação
Para rodar uma aplicação Java EE, é necessário um servidor compatível. Entre os mais conhecidos, destacam-se:
- GlassFish → referência oficial por muito tempo.
- WildFly / JBoss EAP → bastante utilizado em empresas.
- Apache TomEE → versão do Tomcat com suporte ao Java EE.
- Payara Server → derivado do GlassFish e mantido pela comunidade.
Cada servidor implementa as especificações Java EE. Contudo, muitos oferecem também ferramentas adicionais de gerenciamento e performance, o que amplia suas possibilidades.
🚀 Resumindo a arquitetura
- Primeiramente, os clientes acessam a aplicação via navegadores, apps ou APIs.
- Em seguida, o Web Container processa as requisições.
- Logo depois, o EJB Container executa regras de negócio.
- Paralelamente, JPA, JMS e Web Services integram sistemas e bancos de dados.
- Finalmente, os recursos externos armazenam e trocam informações.
Portanto, essa separação de responsabilidades é o que confere ao Java EE a robustez necessária para suportar sistemas complexos de grande escala.
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